segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Sobre medo, raios e um senhor de óculos escuros

O mundo é cheio de acasos. Todavia, tenho as minhas dúvidas sobre coisas que acontecem e são tratadas como eventualidades. Enfim, existem certos comportamentos que apresentamos por muito tempo  talvez uma vida inteira  e um dia percebemos que nunca foram planejados, embora, muitos deles sigam um determinado padrão e/ou coerência. No meu caso, uma coisa que percebi depois de muitos anos, é o hábito de "simpatizar" por aqueles, muitas vezes, preteridos. Como assim? Nos desenhos, quadrinhos, bandas, times... inúmeras vezes, o protagonista não foi o meu escolhido. Talvez, por isso, prefira baixo (a guitarra); meio-campistas (ao invés de atacantes); Shiryu (e não, o chato, do Seya); Pantera Negra (do que o Batman); flocos (sempre melhor que chocolate). E, isso, sempre foi muito perceptivo com os heróis, pois quase nunca era fisgado por heróis dotados de poderes inimagináveis que poderiam destruir o Universo com a ponta dos dedos. Dessa forma, já gostava do Demolidor muio antes dele ganhar extrema visibilidade para o público que não costuma acompanhar os quadrinhos. Sinceramente, nunca tive uma explicação plausível para gosta do Demolidor. Porém, hoje, mais velho (não tanto assim o quanto pode parecer), penso em algo que possa ter me chamado a atenção, a alcunha: "Demolidor - O homem sem medo". Sim, e daí, Wagner? É muito simples! A questão é que todo mundo tem medo, até mesmo os heróis! Seja pelo medo de fracassar, seja por não saber qual a escolha a ser tomada, seja por colocar em risco a mulher amada. Não adianta procurar argumentos, heróis tem medo (e alguns até sangram). E, talvez, isso seja uma das coisas mais legais nos heróis e heroínas, porque são nesses momentos que eles se tornam mais acessíveis, mais humanos. Porque se até um ser dotado de poderes extraordinários pode esmorecer, eu, um mero mortal deveria me sentir mal por passar por tal situação? Afinal, continuo sentindo medo (que insisto em chamar de aflição) quando exposto a raios e trovões, como os que insistiam em cortar os céus enquanto escrevia o texto; bem como de me preocupar se as pessoas que acompanham (será que tem mesmo alguém aí?) o blog acham que ele não faz mas sentindo algum. Insisto, todos tem medo! E, de alguma forma (sem acasos), esse medo que muitas vezes paralisa, também nos move. Sigamos em frente, como o o herói sem medo, que também tem medo.

"Vai em frente, não se rende, não se prende nesse medo de errar
Que é errando que se aprende que o caminho até parece complicado
E, às vezes, tão difícil que você se surpreende quanto sente
De repente que era tudo muito simples
Vai em frente que você entende"
/Sem Parar - Gabriel, o Pensador/

PS: Curiosamente, há algumas moras, morreu Stan Lee, criador do Demolidor, Pantera Negra, Homem de Ferro, Homem-Aranha e muitos outros. E, por mais que isso pareça uma tentativa de homenagem, não é nada disso! Tem muito tempo que pensava em escrever sobre o tema (medo/Demolidor), alguns anos para ser mais específico, e bem de forma inesperada (como boa parte dos textos), algo saiu. Em meio a raios, trovões, medos e outras sensações. Quando comecei rabiscar o papel, nem me recordava que Stan Lee era o pai do Matt Murdock/Demolidor, apenas aconteceu. E, por acaso (ou não), fica o registro e/ou singela homenagem para aquele que, de alguma forma, plantou sementes, que até hoje rendem frutos na minha mente.

domingo, 28 de outubro de 2018

Resistir

Cada um deve lutar por aquilo que acredita.
Acredito que a educação liberta.
Acredito que o amor transforma.
Acredito que o respeito transcende a intolerância.
Segue a luta por dias melhores.

"Saber sofrer é parte da sabedoria de viver"
/Rubem Alves/


domingo, 21 de outubro de 2018

Lost

Na terra da razão, nada mais importa.
Todos ficaram cegos, surdos, embrutecidos.
Só importam as cores, os símbolos, os números.
Deixou de ser pelo pulsar, sentir, ser.
É apenas sobre quem grita mais alto.
Quem é o senhor da razão.
Quando na verdade, todos estão perdendo.

"Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente"
/Índios - Legião Urbana/

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Interno

Estou sempre pensando em escrever, bem como tento, escrever aquilo que penso. Gosto dessa tarefa, escrever é uma terapia. Entretanto, não tem sido fácil manter uma frequência, imagino que seja perceptivo. E não é por falta de pensamento, mas pela inabilidade de transcrever para o papel tudo o que fervilha na mente. O que mora no pensamento, muitas vezes, sofre para adaptar-se ao plano físico. Assim, sigo tentando compreender as coisas de dentro, para que elas possam fazer algum sentido aqui fora.

"O que tem dentro só a gente sente
Entende..."
/Labirintite - Supercombo/


sábado, 7 de julho de 2018

Estrelas

Olho além do horizonte, é impossível enxergar o que existe lá.
Distante, tão quanto a imensidão do mar, vejo montanhas e névoas.
Não é o bastante para impedir um singelo feixe de luz.
Deve vir daquelas estrelas que não vejo, mas insisto em procurar.

"Vou sair pra ver o céu 
Vou me perder entre as estrelas"
/Busca vida - Os Paralamas do Sucesso/

sexta-feira, 30 de março de 2018

Canecas & brindes...

Comprou uma bela caneca, que guardou para um brinde especial. Para um dito, momento importante, que nem ele mesmo sabe se irá chegar, bem como o que de fato seria. Esqueceu que brindes não são feitos com canecas, mas com taças. E que cada conquista diária é digna de comemoração, independente da vidraria. Não larga mais a caneca, que antes era apenas um enfeite, esquecido e empoeirado.

"Ah, ah, você se enganou
Ah, ah, se passou a vida inteira
Economizando besteiras
Que nunca vai usar"
/Eterno agora - Duca Leindecker/

domingo, 25 de março de 2018

Amanhã

Podia ser agora, tão certo como pode ser amanhã.
Às vezes, passa perto, bate na trave.
A gente fica triste, como se não houvesse o depois.
Faz parte da vida, faz parte do jogo.
Logo chegará outra manhã.

"Por hoje é só
Vou deixar passar a ventania
Talvez amanhã
Vento, vela e velocidade"
/Pouca Vogal/

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Passageiro

(Re)pousou no meu braço, como quem procura abrigo, um amigo.
Andou, saltou, descansou.
E quando o laço estreitou, entendeu que era hora de partir.
Já no chão, não se distanciou.
Livre, desimpedido para que pudesse ir, ali mesmo ficou.
Pensei em impedir, mas não há amizade que perdure, sem o direito de ir e vir.

"Nowhere man, don't worry
Take your time, don't hurry
Leave it all 'till somebody else
Lends you a hand"
/Nowhere man - The Beatles/
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