quinta-feira, 30 de maio de 2013

Asas cortadas


Acordar com o canto dos pássaros é algo que me faz bem. O que me incomoda é imaginar que esse canto pode ser na verdade um choro. Hoje, acordei e inevitavelmente me deparei com duas gaiolas, contendo um belo pássaro em cada uma delas.

Não posso negar a aflição que senti. Principalmente, pelo fato de se perceber como os bichinhos se mostravam inquietos. Talvez, tentando "entender" o que fizeram de errado para sofrer tamanha punição. Ou lamentando, não por eles, mas pela nossa incrível capacidade de nos sentirmos donos de tudo.

Será que sou ingênuo demais? Pois, não consigo entender como contemplar o belo ("natural") não basta. É preciso manipulá-lo, como se tivéssemos alguma capacidade de torná-lo melhor. Será que se alguém tivesse a capacidade de "capturar" o sol já o teria feito? Certamente. Ele já estaria "guardado" em alguma garagem... como se fosse uma propriedade privada.

"Passarinho na gaiola,
Feito gente na prisão"
[Wando]

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Tempo perdido!


Já falei sobre minha intenção de num futuro próximo trocar a zona urbana pelo campo ("Caminho inverso"). Muitos são os motivos que movem esse desejo. E sem dúvidas, um deles é conhecido como: trânsito. É um absurdo o tempo que passamos "parados" diariamente nas ruas e avenidas das grandes cidades. Ou melhor, é um desperdício de tempo!

Imagine quanto tempo de nossas vidas perdemos, se levarmos em conta as duas, três (ou mais) horas gastas no deslocamento: casa – trabalho/faculdade. O grande problema é que muitas vezes esse tempo perdido não corresponde a distância percorrida, mas ao tempo que literalmente perdemos em inércia.

Livros poderiam ser apreciados, filmes vistos. Conversas poderiam se colocadas em dia ou horas a fio de risos poderiam amenizar o cansaço de mais um dia corrido. No entanto, tudo isso é "trocado" pelo aperto e irritação de um transporte coletivo ou pela solidão de um carro.

Aguardo, ansiosamente o dia em que poderei (novamente) sair do trabalho, e não apenas desfrutar de ar puro, mas também chegar em casa rapidamente. O que nem sempre é possível nos centros urbanos, quando muitas vezes o que resta é um tempinho para tomar banho, comer e deitar. 

Ah... e se ficou alguma dúvida de quando/como escrevi esse  post, posso garantir que na ocasião, não deixava de olhar para o relógio lamentando por mais alguns instantes de tempo perdido.

"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo"
[José Saramago]

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Mudar (?)


Mudar a postura, o discurso, as ações.
Vivemos (ou não) em constante mudança.
Alguém um dia disse: "Um hábito não é uma necessidade".
Digamos que é uma boa forma de analisar os fatos.

Mudar nem sempre é simples.
Porém, muitas vezes é necessário.
Claro que quase sempre é mais fácil falar do que agir.
Contudo, aceitar que algumas mudanças são inevitáveis, pode ser um start.

"Toda reforma interior e toda mudança para melhor dependem 
exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço" 
[Immanuel Kant]

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Números


Vivemos tempos em que muitas vezes os números “valem” mais que as pessoas.
E nesse embalo, também nos vemos reféns dos números.
“Quantos livros você leu?”.
“Quantos minutos faltam para o fim da aula?”.
As pessoas esquecem que dois livros bons valem mais que quatro fúteis.
Ou que uma aula vale pelo conteúdo, e não pelo tempo que leva para acabar.
Às vezes, também me vejo calculando, pensando nos números e não nos fatos.
“Faço em quanto tempo?”
“Quantos dias posso economizar?”.
Contudo, tenho buscado me alertar para algo mais importante.
O fato de que o segredo não é o tempo da “viagem”. E sim a experiência.
Números (muitas vezes) são apenas números!

E eu... o que faço com esses números?”.
[Números - Engenheiros do Hawaii]

domingo, 19 de maio de 2013

Um dia de cada vez


"Qual foi a última vez que você resolveu um problema por ter se preocupado com ele?" (Max Lucado). Depois de um tempo, passei a concordar com alguém (não me pergunte: "Quem?") que um dia disse algo como "A maior parte das coisas com a qual nos preocupamos acabam não acontecendo". E sofrendo por antecipação perdemos: noites de sono, o bom humor, a paz, a saúde. Quando o mais prudente (porém, nem sempre fácil) seria fazer o que se encontra ao nosso "alcance" e aguardar. 

"A cada dia basta o seu próprio mal
Quero só descansar"
[Confiar - Oficina G3]

domingo, 12 de maio de 2013

Mães


Elas brigam, castigam, dão palmadas. E daí?
Elas também cuidam da nossa saúde, alimentação, do nosso futuro.
Elas se preocupam com nossos sentimentos, direcionamento, nossas ações.
Sentem a nossa dor, choram conosco, nos protegem, nos incentivam.
Nos ensinaram a andar, falar, acreditar, sonhar, lutar.
Não nos ensinaram a cair. Contudo, nos mostraram como levantar.
Não poderia ser diferente, elas são mães, exemplo horizontal de amor incondicional.

Feliz Dia das Mães!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O dia


Já faz um tempo. "Hoje" era o dia mais importante. Aquele dia aguardado ansiosamente, com direito a contagem regressiva no calendário e tudo mais. Engraçado como o tempo passa, e o que era hábito perde espaço para o que, outrora, não tinha importância.

Durante anos desejei fervorosamente o dia do meu aniversário. A expectativa por presentes era altíssima, como deve ocorrer com a maioria das crianças. A vontade de "crescer" também fazia parte da "lista de pedidos". Quantos não sonhavam com a maioridade, com o emprego ideal, com o momento de sair de casa?

Lembro desse tempo com um largo sorriso, não mais que isso! Hoje, ganhar presentes e crescer (= envelhecer) não são prioridades. Longe disso, trocaria todos os "benefícios" da atual liberdade, pelo tempo de colégio, em que meus pais respondiam pelos meus atos. Quando vejo crianças que anseiam por serem adultas, imagino se elas teriam o mesmo desejo se soubessem o que é ser "grande".

Depois de um tempo, transformei o dia 10 de maio em algo realmente especial. Seja para refletir sobre o que tem sido feito, agradecer por tudo que passou, planejar os "próximos" dias ou apenas curtir o dia. Penso que não se chatear nessa data já é um belo presente.

Como digo aos meus alunos, "velho é o mundo!", todavia, isso não muda o fato de que o tempo é implacável com as pessoas. De qualquer forma, talvez, o mais importante seja o que fazemos com esses dias, momentos, anos... A vida é algo muito precioso para não ser levada a sério.

Agora, é claro que ser presenteado é bom! Logo, não fiquem tímidos, não me importo do presente chegar amanhã ou depois. Entretanto, nada irá se comparar aquele presente que ganhei em um certo dia 10 de maio. Quando Deus me presenteou com o dom da vida.

"Disseram que o Teu amor é novo a cada dia"
[5:50 AM - Resgate]

sábado, 4 de maio de 2013

100


Chegamos ao centésimo post. Você acredita nisso?

Não que seja um fato histórico, digno de fogos, feriado ou uma homenagem da Academia Brasileira de Letras. Não sou escritor, poeta, artista... longe disso! A questão é que nunca imaginei ter um blog ou algo semelhante. É verdade que “nunca” tive problemas em expor minha opinião. Contudo, não conseguiria me imaginar fazendo isso dessa forma, escrevendo sobre coisas que penso, acredito, sinto.

Escrevendo, descobri algo novo, ainda que não saiba explicar exatamente o que seja. Às vezes sabemos o que queremos dizer, mas não como dizer. Digamos que em uma época, atípica, escrever se tornou um hábito prazeroso. Espero que para os que acompanham o blog, o período também tenha sido proveitoso. Afinal, gostando ou não dos textos, vocês fazem parte disso tudo!

O Codificando Ideias aproveitou a ocasião para "entrevistar" Wagner Silva. Em um “bate-papo” descontraído ele falou sobre o início, os desafios e o futuro do blog.

Codificando Ideias – Como surgiu a ideia do blog?
Wagner Silva – Sinceramente, não foi algo planejado, simplesmente aconteceu. Em 2011, ao fazer uma viagem, tive a sensação de que “precisava” escrever sobre algumas coisas. No retorno criei o blog. No entanto, em meio a correria da época acabei não postando nada. 

Codificando Ideias – E quando resolveu escrever?
Wagner Silva – Nem lembrava mais da existência do blog (que se encontrava inativo), quando decidi fazer uma tentativa. Após a insistência de algumas (poucas) pessoas que me apoiavam na iniciativa de fazer algo novo, tomei coragem e postei algo. 

Codificando Ideias – Pelo visto, o primeiro post surgiu praticamente um ano e meio (setembro de 2012) após a criação do blog? Por quê? 
Wagner Silva – Exatamente. O blog ficou aproximadamente 18 meses em “estado vegetativo”. Acredito que por ter receio de divulgar os textos. Razão pela qual no início, comentei apenas com pessoas mais próximas.

Codificando Ideias – Qual o objetivo do blog? 
Wagner Silva – Verbalizar. Existe muita coisa que eu gostaria de dizer, mas por alguma razão não é possível. Gosto de discutir (no bom sentido) sobre vários temas. Defender minha opinião, conhecer outras, rever conceitos. Acredito que seja algo fundamental para o nosso "crescimento". Achei que o blog seria um veículo de comunicação que iria possibilitar esse debate.

Codificando Ideias – E você tem conseguido alcançar esse objetivo?
Wagner Silva – Depende do ponto de vista. Consigo expor algumas ideias, mas a discussão raramente ocorre, por falta de comentários. A ideia não é que concordem constantemente comigo, mas que opinem. Certamente, tem muita gente que pode contribuir.

Codificando Ideias – A falta de comentários já te desanimou? Já pensou em abandonar o blog?
Wagner Silva – No início, desanimou um pouco. Porém, conversando com outros amigos percebi que ocorria o mesmo problema com eles. Parece que algumas pessoas gostam de acompanhar blogs, ainda que não tenham o hábito de comentar. No meu caso, houve um declínio de comentários (que já não eram muitos) nos últimos tempos. Entretanto, hoje tenho mais visitas do que antigamente. Digamos que uma coisa compensa a outra (risos). 

Codificando Ideias – Você adotou regras/normas para conduzir o blog?
Wagner Silva – Não diria regras, mas gosto de seguir dois critérios. O primeiro é que não há prazo para postagens. Gosto de escrever (o que não significa que escreva bem), mas não forço a barra. Quando vem alguma ideia tento trabalhar “ela” para que não fuja (risos). A segunda é nunca utilizar o espaço para atingir ninguém. Nada de utilizar postagens para indiretas ou direito de resposta de algo pessoal.

Codificando Ideias – Planos para o futuro?
Wagner Silva – Sim. Escrever (risos). 

Codificando Ideias – Até quando?
Wagner Silva – Quem sabe? Enquanto for prazeroso. Não gosto de fazer nada forçado. A propósito, penso em coisas novas para o blog, gosto do diferente! Não garanto que chegará a 200 posts, mas tentar inovar (e consequentemente melhorar) certamente é uma das propostas.

Codificando Ideias – Algum recado para quem acompanha o Codificando Ideias?
Wagner Silva – Gostaria de agradecer aqueles que apoiam a iniciativa. Seja lendo, divulgando, comentando. O blog tem como finalidade questionar, criticar, codificar. Portanto, participem! É bom saber que tem gente que pensa como a gente, bem como é bom aprender com quem pensa diferente. Um forte abraço!

*****

"Escrever é um processo no qual descobrimos aquilo que vive dentro de nós. O próprio escrever revela o que está vivo. (...) A mais profunda satisfação ao escrever é exatamente que este ato abre novos espaços dentro de nós dos quais não tínhamos consciência antes de começar a escrever" 
[Henri Nouwen]

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O tempo


Dizem que tempo é dinheiro.
Não. Vai muito além disso.
Tempo não se compra, controla, "contorna".
Pode ser amigo. Pode ser rival. 
Ou pode ser ambos. Ele é imparcial.

A verdade é que o tempo modifica tudo.
As visões, os desejos, as opções.
As pessoas mudam. Nós mudamos.
E inevitavelmente as relações também.
E quem é o culpado? O tempo?

O tempo é mistério.
É silêncio. É trovão.
É breve. É longínquo.
Às vezes é paradoxal.
Resumindo: "O tempo é simplesmente o tempo".

"Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final"
[Sobre o Tempo - Pato Fu]
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