sexta-feira, 26 de abril de 2013

Da onde vem o tiro?


Falar sobre violência é chover no molhado. Nada do que irei dizer aqui é novidade.  Na verdade, já nos "habituamos" a violência. Certas pessoas não sabem se saem de casa com os pertences, por conta do risco de serem roubadas. Ou se os carregam, com medo de sofrer represália do bandido, por não ter o que "apresentar".

Já faz um tempo que costumo dizer que as pessoas saem de casas e não tem a certeza de que irão voltar. Exagero? Talvez, mas a sensação que às vezes tenho é essa. Infelizmente, para alguns, uma vida pode valer menos que uma pulseira, tênis, celular. Ontem, a vida da dentista (covardemente assassinada) não custou mais que míseros 30 reais.

O que pode ser feito com esse valor? Comprar um cd ou dvd. Caso não seja um lançamento. O que mais? Adquirir um livro. Com essa quantia e um pouco de sorte é possível garantir uma boa leitura. Alguma outra sugestão? Sim. É possível pegar um cinema (sozinho) e comer alguma coisa. Agora a pergunta realmente relevante. Cd, dvd, livro, cinema... alguma dessas coisas vale mais que uma vida?

Não tenho muito o que dizer sobre a violência dos dias atuais. É difícil compreender as atitudes de quem derrama o sangue alheio, muitas vezes por motivos fúteis ou por pura vingança, soberba, ódio. Lembro que durante muito tempo disse aos meus alunos: "Quanto mais conheço o ser humano, mais gosto dos animais". Não é uma "lei". Todavia, levanto essa "bandeira" em algumas circunstâncias.

"Eu vivo sem saber
Até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei, da onde vem o tiro"
[O calibre - Os Paralamas do Sucesso]

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Rara sensibilidade


Algumas pessoas... possuem uma habilidade inata.
Seja para ouvir, escrever, falar...
Transpassam a barreira existente entre o inatingível e o palpável.

Algumas pessoas... demonstram rara sensibilidade.
Se compadecem da dor alheia.
Sabem lidar com o tempo, os sons, as cores.

Algumas pessoas... vão ler este texto.
Não sabem o que penso.
Mas, entendem o que eu digo.

"Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade"
[Machado de Assis]

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sair...


Às vezes bate uma vontade de sair...
Sem destino, mapas, planos, malas!
Simplesmente, cair na estrada e seguir em “frente”.
Não para conhecer novos lugares ou pessoas.
E sim, para se descobrir, renovar, questionar.

Decifrar o silêncio que “grita” aos ouvidos.
Reorganizar as ideias que se perdem em meio a multidão.
Tentar entender aquilo que não é visível aos olhos.
Ou apenas, aceitar que não ter todas as respostas é essencial.
Afinal, nem sempre acertamos nas perguntas.

"Se você mal consegue suportar a luz da vela, como conseguirá olhar para o Sol?"
[Philip Yancey]

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Até logo!


Não gosto de despedidas!
Prefiro um tchau, até logo, até amanhã, “té mais!”...
Dizer adeus? Nem pensar! Não faz parte do meu vocabulário.
Volta e meia a vida nos apresenta pessoas especiais. 
“Criaturinhas” que aprendemos a gostar de graça.
E parecem nos acompanhar a anos, tamanha a afinidade.
Assim, não resta outra alternativa a não ser trocar a despedida por um “até logo!”.

"A despedida nem sempre é um adeus. 
Pode ser um "até logo", mesmo que o logo ainda seja demorado"
[Mário Pires]

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Qual "fio" cortar?


"Qual fio cortar?". É esse o dilema de muitos personagens de filme, diante de uma bomba-relógio prestes a mandar tudo pelos ares. Como se não fosse o bastante todo o desgaste para chegar até o dispositivo, o "herói", ainda tem a necessidade de decidir qual fio cortar. E quase sempre, o mesmo não dispõe de muito mais do 60 segundos para agir.

Na vida, muitas vezes também precisamos escolher o "fio" correto a se cortar. Nos vemos diante de escolhas que nos consomem por dias. Sem contar, as situações em que temos apenas alguns minutos (ou no máximo horas) para chegar a uma decisão. Algumas escolhas são tão complicadas, que se possível, deixaríamos sob responsabilidade de nossos pais.

Obviamente estou falando de escolhas dignas de reflexão, preocupação, indagação. Não cabe nessa "categoria", a dúvida cruel entre o vestido liso ou de bolinhas. Muito menos a indecisão entre passar o feriado na praia ou na montanha. Escolhas assim, chegam a ser prazerosas!

Fazer escolhas nem sempre é fácil, ainda mais quando podem ser apenas apostas. Quando não temos qualquer garantia de que faremos a melhor escolha. Por vezes, escolher é bem mais do que atender aos nossos desejos e interesses. É uma forma de testarmos até onde vamos para honrar o nosso nome e palavra. Onde o certo é escolher não o que nos agrada, mas o que parece mais sensato, correto, justo.

No fim das contas, qual é a escolha certa? E o que faz das demais opções erradas? Gostaria de possuir uma resposta clara e objetiva acerca disso. Porém, assim como o nosso herói, simplesmente escolho um fio para cortar e torço... para que a contagem regressiva seja interrompida. Caso não seja o suficiente, resta lembrar que de uma forma ou de outra, no final, o herói sempre encontra uma saída.

"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências"
[Pablo Neruda]

segunda-feira, 8 de abril de 2013

"Segundo lar"


Hoje, bateu saudade de estudar. De regressar a escola.
De torcer para cair na mesma sala dos amigos do ano anterior.
Do material escolar novo e da “promessa” de levar os estudos a sério.
Do sinal do recreio, sinalizando que era hora de lanchar, correr, gritar...
Das atividades e avaliações, que tinham um cheiro único por conta do mimeógrafo.
De torcer para chegar às férias e ironicamente depois de um tempo pedir o contrário.

Hoje, bateu saudade de estudar. De regressar a faculdade.
De aguardar ansiosamente um novo semestre para pegar a disciplina tão desejada.
De sofrer por antecipação com uma avaliação que no final nem era tão difícil.
Ou de descobrir que a avaliação que parecia fácil era quase uma sentença de morte.
De deixar o chato pós-prova falando sozinho ao perguntar: "O que você respondeu?".
De ter a convicção que o seu curso é o “melhor” de todos.

Hoje, bateu saudade de ter a escola/faculdade como um "segundo lar".
Dos velhos amigos, que fizeram parte do meu aprendizado, da minha história.
Alguns que nunca mais verei, que perdi o contato, mas não o carinho.
Sinto falta das risadas, discussões, apelidos, chateações... do convívio.
Dos professores que me ajudaram a pensar, questionar, acreditar.
Saudades das boas lembranças que o tempo não pode apagar.

"Saudade é ser, depois de ter"
[Guimarães Rosa] 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Pensamentos...


O que eu penso nem sempre me "leva" a algum lugar. 
Assim, como os caminhos que percorro, muitas vezes me "impedem" de pensar. 
Pensamentos são estradas que podem conduzir a uma bela paisagem. 
Ou nos transportar do "nada a lugar nenhum".

"Pensar é o trabalho mais difícil que existe. 
Talvez por isso tão poucos se dediquem a ele"
[Henry Ford]
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